À conversa com... Nuno Sousa

Nuno, seja bem-vindo à nossa rubrica À Conversa com... na qual promovemos entrevistas inéditas com autores nacionais, e cujo propósito primordial é fazer com que as suas palavras alcancem novos leitores.
1. Para começarmos, eis a pergunta que se impõe, como é que nasceu o gosto pela escrita?
Obrigado pelo convite. A minha formação académica são as matemáticas aplicadas e a informática. Desde sempre que, apesar de admirar o concreto, o palpável, não é menos verdade que a criatividade em mim se quer mostrar. Pensar em abstrato e seguir os sonhos é ambição desde criança. Todos temos uma criança dentro de nós, apenas temos deixar que ela floresça. O ato de criação é um ato individual mas torna-se coletivo quando é admirado pelos outros. Viva a criatividade, viva a arte, viva a poesia.
2. Como surgiu o ímpeto de escrever esta obra e de a partilhar com o público?
Sou um escritor em ascensão, mas conto já com três obras publicadas em poesia. A poesia é o meu porto seguro, o meu escape. Recentemente a oficina da escrita realizou um concurso de poesia e eu, como tinha já alguns poemas criados, decidi criar mais alguns e tentar a minha sorte no dito concurso. Infelizmente não fui o vencedor do concurso, mas recebi um bom retorno da editora. Depois de me convidarem a publicar por esta chancela, achei que era uma boa aposta. Quer a editora, quer os jovens autores estão na mesma curva de evolução. Tentam inovar, ser melhores que a concorrência, dar o máximo de si mesmo. Decidi embarcar nesta aventura e estou certo que foi uma boa aposta.
3. E o processo de escrita desta obra, como correu? Pode partilhar connosco um pouco sobre essa experiência?
A escrita, para mim, funciona como um escape da vida quotidiana. Surge como uma catarse de sentimentos, uns bons, outros menos bons. No fundo tento partilhar o que me vai na alma, na esperança que os meus pensamentos sejam comuns com os do leitor. Se conseguimos chegar ao coração das pessoas podemos ser melhor compreendidos e partilhar experiências. A vida é partilha, é dar de nós para ajudar os outros e ser o o motor de novas ideias. Da troca de ideias surge a evolução, tudo faz parte da vida.
4. Rimas com Alma, um ponto de partida para a imaginação de outros mundos de ideias.
De onde surge a necessidade de falar sobre despertar estados de consciência sobre manter os valores ancestrais da nossa cultura?
Com as rápidas mudanças da forma como interagimos com o mundo, fruto de tecnologias mais ágeis e disponíveis a todos facilmente, surgem, por vezes, más interpretações sobre os valores humanos de cada indivíduo. Uma pessoa que se fecha num quarto em frente a um computador ou telemóvel não tem mais medo ou receio de criticar outros nas redes sociais ou sitos de conversação. Os nossos jovens são o futuro próximo da humanidade. Para que haja um crescimento salutar dos nossos jovens há a necessidade (quase obrigação) de alertar para os bons costumes das pessoas, a educação, a compaixão e a gratidão. Sozinhos não mudamos o mundo, mas se cada um de nós fizer um pouco em função do próximo, juntos seremos muitos a mudar o mundo para melhor.
5. Quais são os seus projetos para o futuro? Os leitores poderão contar com novas obras e dentro do mesmo registo ou prepara algum desafio?
Neste momento estou focado nesta minha obra, mas não descuro futuras publicações. O registo será idêntico, com certeza. Uns gostam de mim por aquilo que eu sou, outros não gostam, pela mesma razão. Quando penso que será a minha ultima publicação surge sempre mais alguém ou algo que me leva a voltar a publicar. Uma vez estava a falar com um amigo sobre um livro meu. Eu desabafei que talvez tivesse exagerado nas minhas palavras. Ele, também artista disse-me: Nuno, as vezes tens que dar um passo atrás para poder dar dois passos à frente. Como diz e muito bem, o Jorge Palma, enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar.
6. Qual a mensagem que gostaria de partilhar com quem nos está a ler?
Sempre que escrevo, as minhas palavras podem ser interpretadas de diversas formas. Como nós autores não conseguimos agradar a toda a gente, pelo menos que deixemos a nossa marca. Que sejamos o motivo de novas conversas e que surjam novas ideias. No fundo, o que transmito nos meus livros é que deve haver sempre esperança, apesar de tudo o que possa acontecer. Esperança na vida, esperança nos outros, e uma forte vontade de mudar o mundo para melhor. Ler faz parte de uma sã criação de uma personalidade. Ler faz falta, agora e sempre. No entanto e como eu referi anteriormente, devemos ter espírito critico sobre o que lemos. Nem todas as boas intenções por trás das palavras o possam ser de verdade. Leiam, sintam o cheiro dos livros, o toque do papel. Não existe tecnologia que substitua isso. Em jeito de conclusão, queria agradecer aos meus habituais leitores pois são eles que me fazer querer continuar a criar. Muito obrigado a todos.
