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À conversa com... Marlene Novais

Atualizado: 25 de mai.


Marlene, seja bem-vinda à nossa rubrica À Conversa Com…

Nesta rubrica promovemos entrevistas inéditas com autores nacionais, e cujo propósito

primordial é fazer com que as suas palavras alcancem novos leitores.


1. Para começarmos, eis a pergunta que se impõem, como é que nasceu o gosto pela escrita?


Desde pequena que escrever sempre foi das minhas grandes paixões. Posso considerar que a escrita, para mim, sempre foi e é um refúgio para quando estou

mal e para quando estou bem. No fundo, transformava os

meus sentimentos em poesia e prosa.

Quando andava no secundário participava sempre que havia concursos

literários, desde escrita a questionários sobre livros. Mas sem dúvida alguma que

após a entrada na faculdade, há cerca de 3 anos atrás, acentuou-se este

gosto pela escrita, talvez pela ida para um novo «mundo desconhecido» e pelo

contacto com novas temáticas, também devido ao meu amadurecimento. No

fundo esta jovem já gostava de escrever poesia e era no momento que a escrita de

um poema lá saía, sem pensar muito.


2. Como surgiu o ímpeto de escrever esta obra e de a partilhar com o público?


Nunca foi nada planeado, surgiu espontaneamente. Por ser uma das

cuidadoras do meu avô e à medida que o tempo ia passando notava que muitas

coisas poderiam ser diferentes, reparei que muitas pessoas não conseguiam ter

noção de que pequenos sinais poderiam assim indicar demência. Neste livro decidi

partilhar a realidade do meu avô que tem alzheimer, incluindo também a perspetiva

de uma grande parte da sociedade para com aqueles que têm demência. Assim

dizendo, partilhei toda a evolução da doença num caso específico, abordando

também cuidados personalizados que adquiri em formações e que, sem dúvida, fizeram a diferença na vida do meu avô e em mim pois, enriqueceram-me enquanto pessoa.

Fiz desta obra um «mundo de sentimentos».


3. Como correu o processo de escrita desta obra. Partilhe connosco um pouco sobre

essa experiência?


Foi uma experiência incrível, poder libertar para o exterior sentimentos que guardava há algum tempo, momentos que me marcaram, a revolta para com a sociedade que desvaloriza alguém com demência e falar um pouco do «cuidar de alguém com demência».


4. Porções de Afeto, um livro doce, subtil e emotivo, que fará o leitor parar e refletir

sobre um tema tão urgente na sociedade atual.

Como surgiu a necessidade de alertar o próximo para uma realidade tão dura e

tantas vezes ignorada?


No decorrer desta caminhada de cuidar do meu avô e de, acompanhar a

minha avó enquanto cuidadora principal, de contacto direto com a área do envelhecimento,

notei que por ser uma realidade tão dura e tantas vezes ignorada, talvez eu pudesse

partilhar todo o processo de evolução do alzheimer do meu avô, a minha realidade de o

acompanhar e cuidar dele, de ver que há muitas pessoas que desvalorizam a pessoa por ter

demência. Quis partilhar alguns dos episódios pelo que o meu avô passou.


5. Quais são os seus projetos para o futuro? Os leitores poderão contar com novas

obras e dentro do mesmo registo ou prepara algum desafio?


Ainda dentro da área do envelhecimento, tenciono lançar um livro

sobre a comparação de duas gerações e diferentes realidades. Tenciono ter outra obra

onde decido partilhar um pouco da minha história de vida até aos dias de hoje.


6. Qual a mensagem que gostaria de partilhar com quem nos está a ler?


Uma das frases que partilhei no livro «Ter demência é ter aquilo que,

um dia já desejamos não ter.» Cuidem dos vossos, partilhem amor, façam o bem, é um

passo para o caminho da felicidade.


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