À conversa com... João Arronches

João, seja bem-vindo à nossa rubrica Destaque da Semana, na qual promovemos entrevistas inéditas com autores nacionais, e cujo propósito primordial é fazer com que as suas palavras alcancem novos leitores.
1. Para começarmos, eis a pergunta que se impõe, como é que nasceu o gosto pela escrita?
Não estou muito convencido de gostar de escrever…
Penso mesmo, que gosto mais de ler o que escrevo…
Mas foi sem dúvida, a necessidade trabalhar sentimentos e também o gosto pelo verso e pela rima, pois é esta a forma que eu gosto de escrever.
A escola também teve a sua importância, quando me apresentou alguns excertos da poesia de Camões, Pessoa, Bocage, Florbela Espanca…
E também o hábito de ouvir as pessoas com idades mais vividas, que contavam suas histórias, suas vivências, que eu, rapazote ainda ouvia sem me cansar, nos bancos da praça da minha aldeia, onde se juntavam as pessoas nas suas horas de lazer e descanso, nos trabalhos e nos eventos, onde cantavam as mais diferentes modas.
2. Como surgiu o ímpeto de escrever esta obra e de a partilhar com o público?
Foi surgindo ao longo dos tempos…
Porque em determinadas situações, fazias uma quadra ou outra, que até gostava e ficava com ela na memória, só que com o passar do tempo depois já não me lembrava… aí sim, comecei a sentir a necessidade de escrever, para manter, com o aparecimento das novas tecnologias fui escrevendo e guardando.
Em algumas ocasiões fui mostrando a colegas e amigos, fui tendo comentários positivos. Alguns diziam mesmo “devia era escrever um livro”, o que me incentivou a escrever mais e fui acumulando alguns poemas que começaram a quantificar-se.
A partir de determinado momento, comecei a ponderar de facto ser uma possibilidade, contudo o tempo foi passando e só agora com o concurso da Oficina da Escrita acabei por vos descobrir e acabou por acontecer.
3. E o processo de escrita desta obra, como correu? Pode partilhar connosco um pouco
sobre essa experiência?
Digamos que foi um processo longo, os poemas foram surgindo pelos motivos mais diversificados, alguns deles são vivências minhas, outros são meros sonhos e desejos, ligados aos amores, às saudades, eu sou uma pessoa muito emotiva, muito sentimental e há momentos de muita introspeção e por vezes há a necessidade de transcrever esses sentimentos… é como se fosse terapêutico…
É quase como se construísse a minha própria história, o meu destino...
4. Sonhos, Amores e Liberdade, uma obra onde o autor se assume um eterno sonhador, de
sentimentos à flor da pele, pelos quais escreve os seus amores.
De onde surgiu a vontade de dar asas à sua imaginação e contar histórias que podem ser do autor, mas também podem ser do leitor...
Sonhos, Amores e Liberdade são sentimentos da vida… os sonhos projetam-nos, são eles que nos fazem caminhar… os amores adoçam-nos o coração, coloca-nos o brilho nos olhos
e aquela patetice no rosto… a liberdade…, a liberdade é um caso mais sério, mas traz-nos a paz a serenidade e isso descansa-nos…
Penso que a necessidade de eternizar vivências e momentos, o facto de podermos localizá-las no tempo e no espaço, isso é a história e a história pode ser de qualquer um.
5. Quais são os seus projetos para o futuro? Os leitores poderão contar com novas obras e dentro do mesmo registo ou prepara algum desafio?
Quem sabe o futuro?? Há vontade, sem dúvida, há uma vontade imensa poder contribuir para que apareçam novos leitores de poesia e que se revejam nela…
Tenho umas quantas coisas mais, já escritas dentro do mesmo registo, mas cada história é uma história e terei um enorme gosto em partilhá-las com o público em geral…
Esperando que a Oficina da Escrita – Editora tenha interesse em publicar…
6. Qual a mensagem que gostaria de partilhar com quem nos está a ler?
Gostaria de relembrar os leitores que a vida é muito maior com os sonhos, os amor e com a liberdade…, que o passado nada importa… já passou, e que o futuro só interessa quando se tornar presente…
Que o caminho só se faz caminhando… e que a vida só tem uma certeza… é a morte.
Há que ser feliz e fazer alguém feliz.
