À conversa com... Inês Silva Pinheiro

Inês, seja bem-vinda à nossa rubrica À conversa com...
Nesta rubrica promovemos entrevistas inéditas com autores nacionais, e cujo propósito
primordial é fazer com que as suas palavras alcancem novos leitores.
1. Para começarmos, eis a pergunta que se impõe, como é que nasceu o gosto pela
escrita?
Não consigo identificar o início. Sempre gostei de escrever e de ler. Era natural
escrever em diários e cartas aos amigos. Escrevia principalmente sobre o que via à
minha volta e o que isso me fazia sentir.
2. O pirilampo e a lagarta (que não queria ser borboleta). Como surgiu o ímpeto de escrever
este livro e de o partilhar com o público?
O ímpeto surgiu de uma pergunta que me coloquei a mim própria num período mais
vulnerável da minha vida: Se deixasse de poder viver a vida que vivia, de fazer o que fazia, de estar
com as pessoas de quem gosto, qual teria sido o meu legado? Que marca teria deixado no mundo?
As respostas que encontrei tornaram-me mais próxima de viver a vida que queria, em vez
de estar à mercê da opinião ou aprovação dos outros. Quando isso acontece, quando
vivemos de acordo com quem somos, tornamo-nos mais genuínos, espontâneos e criativos
e é aí que surge a inspiração. Ou pelo é a forma como entendo o que aconteceu no meu
caso.
Quanto à partilha desta história, também surgiu como resposta à pergunta: De que forma é
que eu, ativando o(s) meu(s) talento(s), posso servir os outros? E depois de ignorar algumas vezes
aquilo que acredito que seja a intuição, percebi que o caminho seria por partilhar esta
história. E assim aconteceu.
3. E o processo de escrita desta obra, como correu? Pode partilhar connosco um
pouco sobre essa experiência?
Foi relativamente simples. Andava com a ideia desta história há algum tempo na minha
imaginação: as personagens, o espaço e um ou outro tema. Creio que o que surgiu em
primeiro lugar foi o título. Um dia, sentei-me ao computador e escrevi a história de um
único fôlego. Não me lembro quanto tempo demorei a fazê-lo, mas foi, ou eu senti-o como
sendo, um processo muito natural.
4. O pirilampo e a lagarta (que não queria ser borboleta), leva-nos a refletir sobre a
importância de acreditarmos em nós e de não temermos as transformações.
Aborda a mudança que é inerente à vida, independentemente de ser essa ou não a
nossa vontade.
De onde surge esta vontade de falar sobre a valor de cada um de nós e sobre as
mudanças da vida?
Penso que esta vontade surge de me confrontar com a necessidade de olhar para mim com
essa perspetiva: de me valorizar e de valorizar as pequenas e deliciosas maravilhas da vida.
A simplicidade de viver verdadeiramente cada dia com propósito e intenção é
transformadora.
E isso é apaixonante. O processo de transformação é extraordinário e apaixonante. Pelo
menos para mim continua a ser: aproveitar cada dia para arriscar, testar todas as
possibilidades, servir os outros de alguma forma e permitir-me falhar.
5. Quais são os seus projetos para o futuro? Os leitores poderão contar com novas
obras e dentro do mesmo registo ou prepara algum desafio?
Sinceramente não sei. Neste momento quero desfrutar ao máximo de todas as experiências
que O Pirilampo e a Lagarta (que não queria ser borboleta) me proporcionará. Confio que serão
muitas e muito enriquecedoras.
Eu acredito que continuarei a querer transformar o que aprendo, vejo, ouço, sinto e
experiencio em palavras. Ainda não sei exatamente qual será o formato, mas sei que
acontecerá.
6. Qual a mensagem que gostaria de partilhar com quem nos está a ler?
Não importa onde estás neste momento. Não importa sequer quem já foste ou
onde estiveste.
Não adies a tua vida para um qualquer momento ideal que sabes que não vai
chegar.
O momento é agora.
Sê corajoso(a) e brilha.
