À conversa com... Abraão Costa
Abraão, seja bem-vindo à nossa rubrica Destaque
da Semana, na qual promovemos entrevistas

inéditas com autores nacionais, e cujo propósito
primordial é fazer com que as suas palavras alcancem novos leitores.
1. Para começarmos, eis a pergunta que se impõe, como é que nasceu o gosto pela
escrita?
Antes de tudo obrigado a todos pela oportunidade. A minha paixão pela escrita nasce desde pequeno em que me refugiava no meu mundo imaginário para dar voz
à minha criatividade. Por cada viagem que fazia, por cada novo local que conhecia,
cada nova realidade que me entrava pelos olhos servia para ampliar um mundo
imaginário feito de tudo aquilo que o mundo real não era capaz de dar resposta. A
escrita com o tempo tornou-se na extensão natural desse universo. Primeiro em
blog e depois no universo literário.
Inicialmente, enquanto investigador social, fui autor de livros pedagógicos. Com o
tempo senti a necessidade de passar para o papel também as minha histórias do
meu imaginário simbólico que começaram no meu universo introvertido de criança
.
2. Tempo, Diários do Caminho. Como surgiu o ímpeto de escrever esta continuação e de
a partilhar com o público?
Por cada viagem que faço tenho o hábito de expandir o universo imaginário que
criei no âmbito das obras do “Tempo”. Cada viagem traduz-se em novos diários
que contam novas aventuras com as velhas e novas personagens que nos contam
novas histórias. Ao fim de algum tempo senti a necessidade de dar continuidade à
obra “Tempo”.
3. E o processo de escrita desta obra, como correu? Pode partilhar connosco um
pouco sobre essa experiência?
O processo de escrita desta obra começou com uma viagem ao Quénia e Tanzânia.
O universo simbólico das tribos com quem passei aqueles dias e mitologia
associada aquelas paragens foram o primeiro click para a continuidade da obra
“Tempo”. A partir daí passei várias vezes por Itália, passei por Israel, Palestina,
Uzbequistão, Açores, entre outros territórios que preencheram o meu imaginário.
Terminei tudo na Serra da Lousã em julho de 2021.
Ao fim de quatro anos fui capaz de criar um universo mais denso, com novos
territórios imaginários e novas personagens capazes de traduzir as minhas
divagações e formas de ver o mundo de uma forma “mais mágica e transcendente”.
4. Tempo, Diários de um Caminho incita-nos a olhar para dentro, a sentir e a refletir sobre
nós e o mundo que nos rodeia.
De onde vem esta necessidade por ajudar o próximo a ser melhor?
Sou Animador Socioeducativo de formação e aprendi desde sempre a olhar para o
mundo na perspetiva de me colocar no lugar do outro.
Depois, a minha experiência enquanto profissional do “Social” é sobretudo
humanitária e socioeducativa centrada em ações de intervenção sociocultural e
comunitária em que as pessoas são levadas a descobrir o seu potencial em
detrimento das suas necessidades egoístas
Depois sou também professor e formador, o que faz com que a relação de partilha
do saber fazer, saber ser e saber estar sejam parte da minha atitude e ética diárias.
5. Quais são os seus projetos para o futuro? Os leitores poderão contar com novas
obras e dentro do mesmo registo ou prepara algum desafio?
De forma muito concreta o lançamento da continuação do “Tempo” será uma
realidade. Depois estou a colaborar no lançamento de mais duas obras pedagógicas
de formação de agentes educativos e técnicos de juventude
6. Qual a mensagem que gostaria de partilhar com quem nos está a ler?
Deixo aqui três das máximas que traduzi, inclusive, na obra “Tempo – Diários do
Caminho”, e fazem parte das minhas máximas existenciais:
- Sê o melhor que podes e sabes com o tempo e recursos que tens;
- Um dia vi-te e percebi que era eu;
- Tem a capacidade de compreender que és finito e limitado. Quando o perceberes tem
a sabedoria de pedir ajuda e voltar ao treino.